
Em sua primeira visita ao Brasil, o cocriador do Ethereum - plataforma descentralizada baseada em blockchain que permite a criação e execução de contratos inteligentes (smart contracts) e aplicações descentralizadas (dApps) — ou seja, programas que funcionam sem a necessidade de intermediários, como bancos ou grandes empresas de tecnologia, Vitalik Buterin, defendeu a privacidade como um direito humano essencial e afirmou "que as tecnologias blockchain já estão maduras o suficiente para garantir esse princípio". A fala ocorreu durante a quarta edição da ETH Latam, realizada entre 6 e 9 de novembro no STATE Innovation Center, em São Paulo, que reuniu cerca de 2,500 participantes entre desenvolvedores, especialistas e entusiastas do ecossistema cripto.
Diante de um público de cerca de 300 pessoas em sua palestra principal, Buterin destacou o papel do Ethereum como pioneiro na promoção da privacidade digital. “A privacidade é um benefício concreto, muitas vezes tratado de forma equivocada como uma justificativa das pessoas. Mas é, na verdade, um direito humano essencial, e algo que finalmente conseguimos implementar no mundo atual. Por isso, acredito que devemos fazê-lo”, afirmou.
O desenvolvedor também abordou os desafios para tornar as transações privadas mais acessíveis e parte natural da experiência dos usuários. Segundo ele, a evolução das zero-knowledge proofs (ZKPs), tecnologia que permite comprovar informações sem revelar os dados em si, já eliminou boa parte das barreiras técnicas. “Hoje temos ZK. É possível gerar provas em segundos, até mesmo no celular. A tecnologia está pronta. Agora é implementar”, disse.
Durante o evento, Buterin também comentou o fim do projeto Drex, o real digital do Banco Central do Brasil, suspenso no início da semana. Ele avaliou que o debate sobre a decisão precisa considerar “os detalhes e as propriedades fundamentais” da tecnologia. “A questão é: o Banco Central está insatisfeito com as soluções por limitações estruturais ou apenas porque elas ainda não estavam maduras?”, questionou.
Para o criador do Ethereum, o cenário mudou rapidamente. “A capacidade de fazer pagamentos privados era algo que, há dois anos, ainda não estava pronta. Mas hoje já está”, afirmou, citando o projeto Aztec como exemplo de amadurecimento tecnológico no uso de contratos inteligentes com preservação de privacidade.
Além de Buterin, o evento contou com nomes como Tomasz Stańczak, diretor-executivo da Fundação Ethereum, e incluiu hackathons, workshops e debates sobre DeFi, stablecoins, identidade digital e inteligência artificial. O encerramento, marcado para o dia 9, terá o SheFi Brazil Summit, com foco na participação feminina no setor, e o Arbitrum Day Chapter Brazil, dedicado ao ecossistema de escalabilidade do Ethereum.
Foto: Saori Honorato | Portal do Bitcoin
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Em sua primeira visita ao Brasil, Vitalik Buterin, cocriador do Ethereum, defendeu a privacidade como um direito humano essencial e comentou o fim do Drex, projeto de real digital do Banco Central. O discurso ocorreu durante a ETH Latam, em São Paulo
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