O ano de 2025 começou, mas parece que 2024 ainda não terminou, ou nos leva a questionar o que fizemos de nós, parafraseando o jornalista e escritor, mineiro, Zuenir Ventura. Quando o questionamento do ano que não acabou é levantado, falamos sobre o balanço dos registros de alertas e ocorrências de desastres do Brasil em 24. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), foram emitidos 3.620 alertas de desastres no ano passado, o maior índice desde o começo da série histórica, em 2011. A ocorrência de desastres, por sua vez, somou 1.690 eventos, o terceiro maior registro da série.
Mais da metade (53%) dos alertas emitidos em 2024 foram de risco geológico, sobretudo aqueles relacionados a processos geodinâmicos, como deslizamentos de terra. Os demais (47%) foram associados a riscos hidrológicos, como enxurradas e transbordamentos de rios e córregos. Já em relação às ocorrências de desastres, 68% foram de origem hidrológica e 32%, geológica. Seguindo a tendência de anos anteriores, os alertas e as ocorrências de desastres registradas pelo CEMADEN se concentraram nas grandes regiões metropolitanas do Brasil em 2024, principalmente em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). O órgão também destacou a distribuição de ocorrências de desastres em áreas costeiras do Nordeste.
No entanto, o município com o maior número de alertas emitidos pelo CEMADEN em 2024 está em outro centro urbano - Manaus (AM) - que lidera o ranking das cidades com 50 alertas. O top 3 também conta com Belo Horizonte e São Paulo, ambas com 41 alertas. Já no que diz respeito às ocorrências, Petrópolis (RJ) lidera a lista com 44 registros, seguida por Salvador (33) e São Paulo (27). Conforme o CEMADEN, a predominância de eventos hidrológicos é um reflexo dos impactos decorrentes de enchentes e enxurradas, especialmente em áreas urbanas mais vulneráveis. Com base nos dados acima, trazemos a reflexão: o que será de nós em 2025?
A gente procura responder. Pequenas mudanças são capazes de gerar uma grande revolução. Portanto, neste ano, não deixe de reciclar, reinventar, reutilizar e reduzir. Nesta edição vamos falar de: Temperatura nas alturas, Repensando processos, Parceria do bem e muito mais. Instigou? São apenas alguns minutos do seu tempo.
AO PÉ DO OUVIDO
Adensamento e planejamento
As cidades ganharam 70 milhões de pessoas nas últimas décadas. Como lidar com isso? O jornalista Eduardo Oinegue discorre sobre o planejamento urbano e seus desafios. Vale a escuta.
Em 2024, o planeta registrou o ano mais quente da história, com a temperatura média global atingindo 15,10 °C, um aumento de 1,6 °C em relação aos níveis pré-industriais, conforme divulgado pelo centro europeu Copernicus. Este foi o primeiro ano a ultrapassar consistentemente a marca de 1,5 °C de aumento, um limite crítico estabelecido pelo Acordo de Paris. Embora isso não signifique que o limite do acordo tenha sido ultrapassado, já que ele considera uma média de 20 anos, o aumento é um alerta significativo para a emergência climática.
Todos os continentes registraram novas temperaturas recordes, com o dia mais quente sendo 22 de julho, quando a temperatura média global chegou a 17,16 °C. Além disso, a temperatura média anual da superfície do mar atingiu um recorde de 20,87 °C, e a quantidade de vapor de água na atmosfera também atingiu níveis recordes, contribuindo para eventos extremos de chuva.
URBAN CITY
Verde óbvio
Em 2024, Paris lançou um plano climático ambicioso com metas concretas para enfrentar a emergência climática. Uma das principais medidas é a remoção de 60 mil vagas de estacionamento para plantar árvores, com o objetivo de combater o aumento das temperaturas e melhorar a qualidade de vida até 2030.
A cidade, que já supera em 2,3 °C as temperaturas pré-industriais, planeja criar 300 hectares de novos espaços verdes, incluindo "praças oásis" em cada um dos 20 distritos, para oferecer sombra e resfriar o ambiente. Outras iniciativas incluem ajustes nas programações de trabalho ao ar livre, instalação de "telhados frios" em mil prédios públicos e a limpeza do rio Sena para banho até 2025. A substituição de estacionamentos por áreas verdes também visa melhorar a absorção de águas pluviais.
O governo de Santa Catarina anunciou, no final de 2024, a instalação de sistemas de energia solar em 1.042 escolas públicas estaduais, visando unir economia, educação e sustentabilidade. A energia será fornecida por fazendas solares operadas pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC).
O projeto busca conscientizar estudantes sobre fontes renováveis e prevê uma economia de R$ 20 milhões em dez anos, além de evitar a emissão de 11 mil toneladas de CO². O contrato inclui energia de sete usinas solares, com quatro já em operação e três a serem concluídas até 2025. A iniciativa também tem um papel educativo importante, formando cidadãos conscientes sobre o futuro do planeta.
A Roda Rico, nossa parceira, localizada no Parque Cândido Portinari em São Paulo, lançou a campanha "Diversão Solidária" para transformar momentos de lazer em solidariedade. Os visitantes que doarem um quilo de alimento não perecível (exceto sal, açúcar e fubá) recebem 25% de desconto no ingresso individual, que custa R$ 59,99.
Os alimentos serão doados ao Instituto Lia Esperança, que apoia cerca de 600 famílias na Zona Oeste de São Paulo. A campanha não tem prazo para terminar e já arrecadou 3 mil quilos de mantimentos. O ingresso social é válido para todas as idades e dias da semana, sem necessidade de agendamento, e deve ser comprado online no site da Roda Rico.
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Solução que leva luz para comunidades afastada já transformou a vida de mais de 1 milhão de pessoas, em lugares como Índia, Filipinas, Argentina e Bangladesh, onde a luz elétrica ainda é um privilégio para poucos.