Journal - #93 - Reciclar, reinventar, reutilizar e reduzir

Paris transforma estacionamentos em áreas verdes para combater o calor e melhorar a vida urbana
17.01.2025

O ano de 2025 começou, mas parece que 2024 ainda não terminou, ou nos leva a questionar o que fizemos de nós, parafraseando o jornalista e escritor, mineiro, Zuenir Ventura. Quando o questionamento do ano que não acabou é levantado, falamos sobre o balanço dos registros de alertas e ocorrências de desastres do Brasil em 24. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), foram emitidos 3.620 alertas de desastres no ano passado, o maior índice desde o começo da série histórica, em 2011. A ocorrência de desastres, por sua vez, somou 1.690 eventos, o terceiro maior registro da série.

Mais da metade (53%) dos alertas emitidos em 2024 foram de risco geológico, sobretudo aqueles relacionados a processos geodinâmicos, como deslizamentos de terra. Os demais (47%) foram associados a riscos hidrológicos, como enxurradas e transbordamentos de rios e córregos. Já em relação às ocorrências de desastres, 68% foram de origem hidrológica e 32%, geológica. Seguindo a tendência de anos anteriores, os alertas e as ocorrências de desastres registradas pelo CEMADEN se concentraram nas grandes regiões metropolitanas do Brasil em 2024, principalmente em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). O órgão também destacou a distribuição de ocorrências de desastres em áreas costeiras do Nordeste.

No entanto, o município com o maior número de alertas emitidos pelo CEMADEN em 2024 está em outro centro urbano - Manaus (AM) - que lidera o ranking das cidades com 50 alertas. O top 3 também conta com Belo Horizonte e São Paulo, ambas com 41 alertas. Já no que diz respeito às ocorrências, Petrópolis (RJ) lidera a lista com 44 registros, seguida por Salvador (33) e São Paulo (27). Conforme o CEMADEN, a predominância de eventos hidrológicos é um reflexo dos impactos decorrentes de enchentes e enxurradas, especialmente em áreas urbanas mais vulneráveis. Com base nos dados acima, trazemos a reflexão: o que será de nós em 2025?

A gente procura responder. Pequenas mudanças são capazes de gerar uma grande revolução. Portanto, neste ano, não deixe de reciclar, reinventar, reutilizar e reduzir. Nesta edição vamos falar de: Temperatura nas alturas, Repensando processos, Parceria do bem e muito mais. Instigou? São apenas alguns minutos do seu tempo.

AO PÉ DO OUVIDO 
Adensamento e planejamento

Sean Benesh | Unsplash

As cidades ganharam 70 milhões de pessoas nas últimas décadas. Como lidar com isso? O jornalista Eduardo Oinegue discorre sobre o planejamento urbano e seus desafios. Vale a escuta.

SPOTLIGHT 
Temperatura nas alturas

Em 2024, o planeta registrou o ano mais quente da história, com a temperatura média global atingindo 15,10 °C, um aumento de 1,6 °C em relação aos níveis pré-industriais, conforme divulgado pelo centro europeu Copernicus. Este foi o primeiro ano a ultrapassar consistentemente a marca de 1,5 °C de aumento, um limite crítico estabelecido pelo Acordo de Paris. Embora isso não signifique que o limite do acordo tenha sido ultrapassado, já que ele considera uma média de 20 anos, o aumento é um alerta significativo para a emergência climática.

Todos os continentes registraram novas temperaturas recordes, com o dia mais quente sendo 22 de julho, quando a temperatura média global chegou a 17,16 °C. Além disso, a temperatura média anual da superfície do mar atingiu um recorde de 20,87 °C, e a quantidade de vapor de água na atmosfera também atingiu níveis recordes, contribuindo para eventos extremos de chuva.

URBAN CITY 
Verde óbvio

John Towner | Unsplash

Em 2024, Paris lançou um plano climático ambicioso com metas concretas para enfrentar a emergência climática. Uma das principais medidas é a remoção de 60 mil vagas de estacionamento para plantar árvores, com o objetivo de combater o aumento das temperaturas e melhorar a qualidade de vida até 2030.

A cidade, que já supera em 2,3 °C as temperaturas pré-industriais, planeja criar 300 hectares de novos espaços verdes, incluindo "praças oásis" em cada um dos 20 distritos, para oferecer sombra e resfriar o ambiente. Outras iniciativas incluem ajustes nas programações de trabalho ao ar livre, instalação de "telhados frios" em mil prédios públicos e a limpeza do rio Sena para banho até 2025. A substituição de estacionamentos por áreas verdes também visa melhorar a absorção de águas pluviais.

CURADORIA
Repensando processos

O governo de Santa Catarina anunciou, no final de 2024, a instalação de sistemas de energia solar em 1.042 escolas públicas estaduais, visando unir economia, educação e sustentabilidade. A energia será fornecida por fazendas solares operadas pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC).

O projeto busca conscientizar estudantes sobre fontes renováveis e prevê uma economia de R$ 20 milhões em dez anos, além de evitar a emissão de 11 mil toneladas de CO². O contrato inclui energia de sete usinas solares, com quatro já em operação e três a serem concluídas até 2025. A iniciativa também tem um papel educativo importante, formando cidadãos conscientes sobre o futuro do planeta.

CURADORIA
Repensando processos

A Roda Rico, nossa parceira, localizada no Parque Cândido Portinari em São Paulo, lançou a campanha "Diversão Solidária" para transformar momentos de lazer em solidariedade. Os visitantes que doarem um quilo de alimento não perecível (exceto sal, açúcar e fubá) recebem 25% de desconto no ingresso individual, que custa R$ 59,99.

Os alimentos serão doados ao Instituto Lia Esperança, que apoia cerca de 600 famílias na Zona Oeste de São Paulo. A campanha não tem prazo para terminar e já arrecadou 3 mil quilos de mantimentos. O ingresso social é válido para todas as idades e dias da semana, sem necessidade de agendamento, e deve ser comprado online no site da Roda Rico.

CURADORIA
Ombudsman

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