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O Brasil enfrenta um cenário habitacional desafiador em 2024. Dados da Fundação João Pinheiro (FJP), que utiliza informações do IBGE e do Cadastro Único, revelam um déficit habitacional de 6,2 milhões de domicílios, impactando diretamente 3,2 milhões de famílias que sofrem com o alto custo da moradia. Apesar dos avanços, como o recorde histórico de 1,26 milhão de unidades contratadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, garantindo moradia digna a milhares de famílias, a realidade da população em situação de rua é alarmante: 328 mil pessoas vivem sem-teto, um aumento significativo em comparação com anos anteriores.
Diante desse panorama, surge uma iniciativa inspiradora em Pernambuco. Na Ilha de Itamaracá, mãe e filha, Edna e Maria Gabrielly Dantas, uniram forças para criar a Casa de Sal, um projeto de construção civil sustentável que se destaca pela inovação e pelo impacto social.
A moradia singular foi erguida com mais de 8 mil garrafas de vidro reutilizadas na posição vertical. Mais do que uma obra arquitetônica inovadora, o projeto é um poderoso símbolo de resistência, ancestralidade e justiça climática.
A trajetória ambiental das duas começou em 2014, com o projeto Cabrochas, um brechó que evoluiu para uma marca sustentável e uma fonte de renda autônoma. Em 2019, ao se mudarem para a Praia do Sossego, em Itamaracá, depararam-se com graves problemas ambientais, como o descarte inadequado de resíduos em áreas de mata e mangue.
A experiência de Edna com resíduos sólidos e a constatação de que o vidro era um dos materiais mais descartados na região impulsionaram a criação da Casa de Sal. A obra é um exemplo concreto de como unir funcionalidade, estética e consciência ecológica, oferecendo uma solução inovadora para o desafio da moradia e da sustentabilidade no Brasil.
Protagonizado por mulheres negras, a Casa de Sal demonstra como é possível transformar o próprio território por meio de práticas sustentáveis.
Nesta edição falaremos sobre: Solução natural, Pitch dos residentes, Salvação urbana e muito mais.
Bateu a curiosidade? Continue com a gente, são apenas alguns minutos do seu tempo.
AO PÉ DO OUVIDO
Fatos de metrópoles
O podcast "Observatório das Metrópoles" frequentemente discute temas como direito à cidade, bem-estar urbano, transformações metropolitanas e habitação social. Vale a escuta no canal. Dá o play!
SPOTLIGHT
Solução natural
Uma equipe de cientistas japoneses anunciou a criação de um novo tipo de plástico que promete transformar a indústria e combater a poluição ambiental, segundo resultados publicados na revista Science. De acordo com a publicação, o material inovador se dissolve completamente na água do mar em poucas horas, sem deixar microplásticos, e se decompõe no solo em cerca de dez dias, liberando nutrientes benéficos ao meio ambiente.
A pesquisa, liderada por Takuzo Aida, diretor do RIKEN Center for Emergent Matter Science (CEMS) e professor da Universidade de Tóquio, é um marco na busca por soluções sustentáveis. O diferencial desse novo plástico está em sua composição de estruturas supramoleculares, que o tornam resistente e maleável a altas temperaturas. Essa versatilidade permite sua aplicação em uma ampla gama de produtos, desde embalagens e dispositivos médicos até impressão 3D.
Conforme o periódico, os pesquisadores estão otimistas quanto à viabilidade comercial em larga escala do novo plástico. Sua capacidade de se decompor rapidamente em ambientes marinhos e terrestres o posiciona como uma alternativa promissora aos plásticos convencionais, oferecendo uma solução robusta para o problema da poluição plástica global.
URBAN CITY
Salvação urbana
O skate vai muito além de um esporte; ele se consolida como um potente movimento de reapropriação e regeneração urbana. É o que aponta a pesquisa recente, “O’Connor et al., 2023”, que destaca como a comunidade do skate tem sido fundamental na transformação de terrenos abandonados em vibrantes centros de encontro e criatividade.
Segundo a pesquisa, o skate não apenas reimagina o espaço urbano, ele o regenera, ativando lugares esquecidos e dando a eles um novo uso, mais humano, mais criativo. Essa capacidade de regeneração urbana "de baixo para cima" é comprovada por exemplos notáveis ao redor do mundo.
Em Londres, skatistas mobilizaram mais de 150 mil assinaturas para salvar o icônico espaço de Southbank da especulação imobiliária, reafirmando seu valor cultural e social para a cidade. Já em Copenhague, iniciativas lideradas por riders converteram praças públicas em áreas multifuncionais e sustentáveis, demonstrando o impacto positivo da comunidade no planejamento urbano.
Esses casos evidenciam que o skate é uma ferramenta poderosa para a reapropriação ambiental, social e espacial, transformando paisagens degradadas em locais de convívio e inovação.
CURADORIA
Pitch dos residentes
A Fast Company é referência global em inovação, liderança e transformação nos negócios. Com conteúdo voltado aos líderes mais visionários do mundo, a revista inspira mentes criativas a repensar o presente e moldar o futuro.
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